Plástico não e... Paz no Mundo!
É urgente reduzir o plástico à escala mundial, todos concordamos.
A frase é bonita, fica sempre bem e está muito na moda. Mas, talvez por estar tanto na moda, começa a ter um fundo vazio, ou seja, a não passar de uma frase bonita e nada mais além disso.
Faz-me lembrar a frase, outrora avassaladora, conquistadora de votos do júri, das candidatas a Miss Universo: “… e quero Paz no Mundo”.
Um destes dias acordei “verde” e, entusiasmada, pensei:
- “É hoje! Hoje arrumo de vez com o plástico cá de casa!
Basta de matar baleias, cachalotes e outros seres marinhos com esse material assassino!” - toda eu estava Ecológica, toda eu estava Biológica, toda eu uma ambientalista de mangas arregaçadas para lutar pelo nosso planeta e seus ecossistemas!
(Só um parêntesis - já repararam que o plástico só mata seres marinhos? Todos os outros seres do planeta: terrestres, infraterrestres, aéreos, conseguem perceber que aquilo não é para comer…)
Bom, continuando…
Toda armada em ‘Green Peace Forever’, lá comecei eu a planear a exclusão do plástico do meu quotidiano. Para nada ficar esquecido decidi, como toda a boa planificadora, fazer uma lista dos materiais a deitar fora com indicação da sua alternativa equivalente, noutro material, à qual iria acrescentando o que fosse lembrando.
Não correu nada bem.
Não arranjei alternativa para: sacos do lixo, sacos de congelação, para cubos de gelo, tupperwares, transportadora de bolos, película aderente, garrafões de água, secador de cabelo, recipientes para shampoo + amaciador + gel de banho, escova de dentes, baldes e mais uma infinidade de utensílios que desisti de enumerar.
Mudei de cor. Já não estou verde. Estou como aquelas canecas que mudam de cor consoante a temperatura do conteúdo.
Não sejamos utópicos: erradicar por completo o plástico das nossas vidas demoraria séculos, não faz sentido eu ficar sem acesso ao material porque o vizinho do lado é um porco e atira tudo para o mar, e a exemplo de todo o restante lixo pode ser recolhido e reciclado – haja vontade.
Não fará mais sentido, isto sou eu a mandar a ideia para o ar, começar a apostar na educação desde tenra idade?
Saudações da Plebe
P.S.: E já agora, arranjar alguém para limpar aquela porcaria no mar, se faz favor - sempre se deverão arranjar mais uns postos de trabalho.